![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgQKqyrwZyTrAEE9-cZ3f1z7h7bSwNbp9wdBg95aAmi2X3KIoGaPKgyjndKgVpx3KwQdZpwRccByCD0Qq3ZZMznJrd6tA5qmdoX2cTYXEIYP7F-TYGm_9TFug0Gkgv7W-EIM9CiPJ7QRXk/s400/tempo.jpg)
O tempo seca a beleza,
seca o amor, seca as palavras.
Deixa tudo solto, leve,
desunido para sempre
como as areias nas águas.
O tempo seca a saudade,
seca as lembranças e as lágrimas.
Deixa algum retrato, apenas,
vagando seco e vazio
como estas conchas das praias.
O tempo seca o desejo
e suas velhas batalhas.
Seca o frágil arabesco,
vestígio do musgo humano,
na densa turfa mortuária.
Esperarei pelo tempo
com suas conquistas áridas.
Esperarei que te seque,
não na terra, Amor-Perfeito,
num tempo depois das almas.