segunda-feira, 24 de outubro de 2011

..


Deixa que faça das palavras beijos

E beijos de cada palavra que te escrevo.

Deixa que as letras se cruzem entre si

Formando ideias e lamentos.

Deixa que cada palavra seja um grito desesperado.

Deixa, as palavras serem mimos

Deixa que me encontre em ti

Quando já nada resta

A não ser a perdição.

Lê mesmo nas palavras que não digo

Naquelas que inventei

Nas outras que não invento, mas imagino.

Lê nos silêncios sem palavras

Mas lê em cada palavra um beijo.

Deixa que percorra o teu corpo de sabores e ânsias

Com lábios de palavras que são beijos.

Deixa que sejam os beijos a serem palavras que não preciso escrever

Mas beijos.

Deixa, que a languidez de todo o meu ser

Te toque

Percorrendo cabelos, pernas de lavas

Quentes

Pernas sem palavras e desejos

Sem palavras

Beijos.

Mergulho na tua doce boca, calando palavras

Buscando os beijos de letras

De poemas sem poeta

Espumas de mar, e palavras.

Deixa que sejam os beijos, as palavras.

E que as palavras sejam beijos.

Assim, posso tocar o teu corpo

Mergulhar nele

Com lavas ardentes de desejos

E palavras, que são, afinal beijos.

Sem comentários: