A Tempestade do Destino
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(...) E não há maneira de escapar
à violência da tempestade, a essa tempestade metafísica, simbólica. Não te
iludas: por mais metafísica e simbólica que seja, rasgar-te-á a carne como mil
navalhas de barba. O sangue de muita gente correrá, e o teu juntamente com ele.
Um sangue vermelho, quente. Ficarás com as mãos cheias de sangue, do teu sangue
e do sangue dos outros.
E quando a tempestade tiver passado, mal te lembrarás de ter conseguido
atravessá-la, de ter conseguido sobreviver. Nem sequer terás a certeza de a
tormenta ter realmente chegado ao fim. Mas uma coisa é certa. Quando saíres da
tempestade já não serás a mesma pessoa. Só assim as tempestades fazem sentido.
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