segunda-feira, 2 de abril de 2012





Vem, serenidade!

Vem cobrir a longa

fadiga dos homens,

este antigo desejo de nunca ser feliz

a não ser pela dupla umidade das bocas.






Vem, serenidade!

Faz com que os beijos cheguem à altura dos ombros

e com que os ombros subam à altura dos lábios,

faz com que os lábios cheguem à altura dos beijos.

Carrega para a cama dos desempregados

todas as coisas verdes, todas as coisas vis

fechadas no cofre das águas:

os corais, as anêmonas, os monstros sublunares,

as algas, porque um fio de prata lhes enfeita os cabelos.

...

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