Passemos, tu e eu, devagarinho,
Sem ruído, sem quase movimento
Tão mansos que a poeira do caminho
A pisemos sem dor e sem tormento.
Que os nossos corações, em torvelinho
De folhas arrastadas pelo vento,
Saibam beber o precioso vinho,
A rara embriaguez deste momento.
E, se a tarde vier, deixá-la vir...
E, se a noite quiser, pode cobrir
Triunfalmente o céu de nuvens calmas...
De costas para o sol, então veremos
Fundir-se as duas sombras que tivemos
Num só sombra, como as nossas almas
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