sexta-feira, 1 de outubro de 2010

___



As palavras

São como um cristal,
as palavras.

Algumas, um punhal,

um incêndio.

Outras,

orvalho apenas.


Secretas vêm, cheias de memória.

Inseguras navegam:

barcos ou beijos,

as águas estremecem.


Desamparadas, inocentes,

leves.

Tecidas são de luz

e são a noite.

E mesmo pálidas

verdes paraísos lembram ainda.


Quem as escuta? Quem

as recolhe, assim,

cruéis, desfeitas,

nas suas conchas puras?

Quem as escuta? Quem
as recolhe, assim,

cruéis, desfeitas,

nas suas conchas puras?

Quem as escuta? Quem
as recolhe, assim,

cruéis, desfeitas,

nas suas conchas puras?


Sem comentários: