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quarta-feira, 2 de maio de 2012





Ponho um beijo
demorado
no topo do teu joelho

Desço-te a perna
arrastando
a saliva pelo meio

Onde a língua
segue o trilho
até onde vai o beijo

Não há nada
que disfarce
de ti aquilo que vejo

Em torno um mar
tão revolto
no cume o cimo do tempo

E os lençóis desalinhados
como se fosse
de vento

Volto então ao teu
joelho
entreabrindo-te as pernas

Deixando a boca
faminta
seguir o desejo nelas


domingo, 9 de janeiro de 2011

Minha senhora de mim



Comigo me desavim

minha senhora

de mim

sem ser dor ou ser cansaço

nem o corpo que disfarço

Comigo me desavim

minha senhora

de mim

nunca dizendo comigo

o amigo nos meus braços

Comigo me desavim

minha senhora

de mim

recusando o que é desfeito

no interior do meu peito

Minha Senhora de Mim, Editorial Futura, 1974 - Lisboa, Portugal

♥♥_Comigo e Contigo

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

0



I
É o
mar, meu amor,
na febre dos teus
olhos

é o manso fascínio
da onda que se inventa

É o mar, meu amor,
mestiço nos teus
olhos

é o mirto, o queixume
a mansidão tão lenta

II
É o
mar, meu amor,
o lastro dos sentidos
que afogas nos
olhos
sem nunca te afundares

É o mar, meu amor,
que transportas nos
olhos
e onde eu nado o tempo
sem nunca me encontrar


sexta-feira, 6 de agosto de 2010

.

Os silêncios da fala

São tantos

os silêncios da fala


De sede

De saliva

De suor


Silêncios de silex

no corpo do silêncio


Silêncios de vento

de mar

e de torpor

De amor


Depois, há as jarras

com rosas de silêncio


Os gemidos

nas camas


As ancas

O sabor


O silêncio que posto

em cima do silêncio

usurpa do silêncio o seu magro labor.

sexta-feira, 18 de junho de 2010




Como é possível perder-te

sem nunca te ter achado

nem na polpa dos meus dedos

se ter formado o afago

sem termos sido a cidade

nem termos rasgado pedras

sem descobrirmos a cor

nem o interior da erva.


Como é possível perder-te

sem nunca te ter achado

minha raiva de ternura

meu ódio de conhecer-te

minha alegria profunda

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

N

Deponho
suponho e
descrevo a
pulso
subindo
pela fímbria
do despido
porque nada
é verdade
se eu invento
o avesso daquilo
que é vestido...

sábado, 22 de agosto de 2009


*´¨)
¸.-´¸.-´¨) ¸.-¨)
(¸.-´ (¸.-` ♥♥´¨) .-´¯`-.- Naft


Ondula mansamente a tua língua
de saliva tirando
toda a roupa...

já breves vêm os dias
dentro de noites já
poucas.

Que resta do nosso
gozo
se parares de me beijar?

Oh meu amor...
devagar...
até que eu fique louca!

Depois... não vejas o mar
afogado em minha
boca!