sexta-feira, 5 de junho de 2009

e

Precisava de dar qualquer coisa a uma qualquer pessoa.

Uma qualquer pessoa que a recebesse

num jeito de tão sonâmbulo gosto

como se um grão de lua lhe percorresse

com um dedo timido o oval rosto.

Uma qualquer pessoa de quem me aproximasse

e em silêncio dissesse: e' para si.

E uma qualquer pessoa, como um luar, nascesse,

e sem sorrir, sorrisse,

e sem tremer, tremesse,

tudo num jeito de tão sonâmbulo gosto

como se um grâo de luz lhe percorresse

com um dedo timido o oval rosto.

Na minha mão estendida dar-lhe-ia

o gesto de a estender,

e uma qualquer pessoa entenderia

sem precisar de entender.

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